Foi barato, mas pode ter custado uma vida, diz ação contra produto de origem suspeita
Para combater o comércio de produtos provenientes de roubos e furtos o GIF (Gabinete de Intervenção Federal) do Rio de Janeiro tenta incentivar as pessoas a não comprarem esse tipo de mercadoria. “Não alimentar a violência que depois se volta contra você”, diz o texto dos anúncios.
Em cada peça publicitária é apresentado um produto que figura entre os mais populares —como bala de menta, pen drive, fone e smartphone. Na representação, a mercadoria vem em uma embalagem com fundo branco com um detalhe que chama a atenção: uma mancha de sangue.
O conceito “Foi barato, mas pode ter custado uma vida” completa o apelo.
A campanha pode ser vista em jornais, bancas, trens da Supervia, metrôs, ônibus, outdoors, TV aberta e fechada.
“A ideia é conscientizar as pessoas para que elas façam a parte delas no combate à violência como um todo e ao roubo de cargas em particular”, explica Gustavo Bastos, diretor de criação da agência Onzevinteum, criadora da ação.
INTERVENÇÃO MILITAR NO RIO
A intervenção federal no Rio é inédita e foi anunciada pelo presidente Michel Temer (MDB) em 16 de fevereiro, com o apoio do governador Luiz Fernando Pezão, do mesmo partido.
O general do Exército Walter Braga Netto foi nomeado interventor e, na prática, é o chefe das forças de segurança do estado.
A grave crise política e econômica vivida pelo estado teve forte reflexo na segurança pública.
Faltam recursos para o pagamento de servidores e contratação de PMs, enquanto os policiais ativos trabalham com armamento obsoleto e com falta de equipamentos como colete e munição.
De acordo com uma pesquisa Datafolha em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, nove em cada dez moradores da cidade do Rio têm medo de tiroteio, bala perdida ou de morrer em um assalto.
No início de abril, o ISP (Instituto de Segurança Pública) divulgou os números da violência no Rio em fevereiro.
O estado viu um salto nas taxas na comparação com o mesmo mês de 2017. O roubo de cargas, por exemplo, teve um aumento de 64%, saindo de 452 para 742.
As mortes provocadas por policiais cresceu 17,6% —–85 contra 100 neste ano. E o número de roubos de veículos passou de 4.286 para 4.892, um aumento de 11,8%.
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