Túlio Maravilha escala seleção de ‘futebol raiz’ com Taffarel, Romário e ele (claro)
O artilheiro dos mil gols voltou ao futebol profissional. Aos 49 anos, Túlio Maravilha reestreou nos gramados no domingo (29) defendendo o Atlético Carioca, time de São Gonçalo que disputa a quarta divisão no Rio de Janeiro. Sua equipe venceu por 1 a 0 o Brasileirinho, com gol de Lucas Costa.
Em ano de Copa, assim como outros atletas e ex-jogadores, Túlio foi convidado a estrelar algumas campanhas publicitárias. Ao lado de Vampeta e Dadá Maravilha, ele protagoniza a campanha da Kaiser, que pede a volta do futebol raiz —o futebol de verdade, como dizem na ação, contra o futebol Nutella.
Um dos pontos que fazem piada nos vídeos é a cor das chuteiras dos jogadores, cada vez mais coloridas. “Na minha época era o mais básico, preto, branco. Hoje os patrocinadores também exigem que eles usem essas chuteiras para divulgação”, afirma.
Túlio dizia acreditar no hexa do Brasil na Copa na Rússia e que Neymar seria o melhor do torneio. Mas, mesmo assim, destaca a limitação no número de craques no futebol brasileiro atualmente. “De 2000 para trás, a selecão de craques brasileiros era enorme. Hoje você conta nos dedos a lista de jogadores que fazem a diferença.”
O atacante resume a essência do futebol arte, do futebol raiz, com a seguinte escalação (com direito a um reserva e técnico):
Taffarel
Cafu
Aldair
Marcio Santos
Roberto Carlos
Dunga
Falcão
Sócrates
Zico
Túlio
Edmundo
Romário
Técnico: Renato Gaúcho
POLÊMICO VAR
Túlio já foi autor de gols polêmicos como em 1995. Um dos mais lembrados foi quando nas quartas de final da Copa América em 1995 ajeitou uma bola com o braço antes de marcar contra a Argentina. Os adversários reclamaram, mas o juiz da partida disse que a ajeitada foi no peito. O Brasil empatou por 2 a 2, levou a partida para os pênaltis e venceu o jogo.
Ele compara o feito à mão de Deus, em referência ao gol feito por Maradona na Copa do Mundo de 1986 contra Inglaterra.
Hoje Túlio defende o árbitro de vídeo, que gerou muita discussão durante a Copa na Rússia, e reconhece que seu gol provavelmente teria sido anulado. “Se fosse há 20, 30 anos, muitos gols importantes seriam invalidados. Sou a favor dessa tecnologia, porque mesmo com ele ainda há polêmicas, dúvidas. Imagine se não tivesse. O errar do juiz é humano”, diz.
“MIL GOLZITO” E RECORDE DE CLUBES
Em suas contas, Túlio marcou mil gols. Essa contabilidade vira e mexe é contestada. “Tem súmula, ambulância, policiamento, torcida e camisa do time, tá valendo”, rebate.
Ele começou a carreira profissional no Goiás, em 1988, e passou por equipes como Corinthians, Vila Nova, Cruzeiro, Fluminense e Botafogo, onde adicionaram o “sobrenome” Maravilha.
No Araxá (MG), em 2014, marcou seu milésimo tento, de pênalti —como Pelé e Romário, gosta de destacar. A diferença, segundo ele, é que conseguiu deslocar o goleiro, que nem saiu na foto. O feito recentemente virou música, quando ele gravou um vídeo fazendo uma paródia de “Despacito”, de Luis Fonsi. Túlio gravou “Mil Golzito”
Agora veste a camisa 95 (referência ao ano em que fez sucesso no Botafogo e foi campeão brasileiro) no Atlético Carioca, seu 30º clube na carreira. A marca, inclusive, fará com que ele reivindique o título do Guinness dado ao atacante uruguaio Loco Abreu com passagem por 26 equipes de 11 países.
A volta aos gramados para marcar o gol 1001 é fruto de sua dedicação e cuidado com o corpo, afirma. Ele exalta sua preparação física. Ao lado de sua mulher, Cristiane Maravilha, Túlio é bem ativo no Instagram, onde posta fotos na academia, treinando e exibindo sua forma física.
Hoje já pode ser considerado mais um influencer. Faz palestras motivacionais, participa de eventos como convidados, além de ações para marcas como 99, Uber e loterias no Rio, por exemplo.
Embora não tenha disputado uma Copa do Mundo, Túlio fala com orgulho sobre sua passagem pela seleção. Foram 14 convocações, sendo que jogou em 13 partidas e fez 13 gols. “O único jogo que não entrei em campo foi contra a Espanha e o Brasil perdeu de 3 a 0. Tenho 10 vitórias e 3 empates”, contabiliza.
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