Campanha de doação de órgãos traz Jesus crucificado e gera polêmica

Jesus crucificado é o protagonista de uma campanha para incentivar a doação de órgão na Austrália. A ação “What Would Jesus Do?” (O que Jesus faria?, em tradução livre) criada pelo grupo Dying to Live gerou polêmica no país.

No vídeo, enquanto Cristo está na cruz dois soldados romanos o abordam e o questionam se ele não gostaria de doar seus órgãos. “Nem todos nós vamos ao paraíso eterno. Suas córneas poderão ajudar pessoas cegas a ver novamente, um milagre”, dizem.

A resposta que ouvem é direta: “Obviamente eu doaria. Eu sou Jesus”.

Para confirmar, os soldados ainda pedem para que Jesus registre seu desejo no site do governo australiano e levam Maria e José para destacar a importância de deixar os familiares cientes.

“Sem dúvida, isso criará uma discussão acalorada. E esse é exatamente o objetivo disso tudo. Levar as pessoas a falar sobre doação de órgãos”, afirmam os idealizadores do vídeo no site oficial.

Segundo o portal,  80% dos australianos dizem que vão doar, mas apenas 34% estão no registro.

O anúncio de dois minutos e meio teve algumas reações negativas do público nas redes sociais e repercutiu entre autoridades religiosas. Segundo o representante da comunidade islâmica Keysar Trad, em entrevista ao “The Daily Telegraph”, o vídeo “mostrou irreverência para figuras veneradas” e causará ofensa a alguns muçulmanos e cristãos.

Já o bispo anglicano de South Sydney Michael Stead acrescentou que algumas pessoas “podem se ofender com o humor de Monty Python”, mas no fim das contas ele usa o exemplo de sacríficio de Jesus para comunicar uma mensagem importante.

“Eu queria deliberadamente provocar uma conversa em casa sobre o  assunto. Isso é realmente difícil, já que ninguém quer falar sobre morte e doação de órgãos na mesa de jantar”, diz o diretor Richard Bullock.

De acordo com Bullock, seria divertido e relevante mostrar que o melhor homem que já viveu na Terra não poderia definir sozinho seu status de doador.

“Quando comecei a escrever, percebi que a complexidade da doação de órgãos australianos poderia ser explicada. No final, Jesus doando seus órgãos é exatamente o que eu acho que Jesus faria.”

 


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