Companhia Aeroméxico dá desconto a americanos com DNA mexicano

“Estados Unidos é o principal destino turístico dos mexicanos, mas o principal destino dos americanos não é o México”. É assim que começa uma campanha da Aeroméxico, que tenta atrair mais cidadãos dos EUA ao país vizinho.

Com esse objetivo, a companhia aérea promove uma ação para dar descontos aos viajantes de acordo com um critério inusitado: o DNA.

Ao fazer o exame, quanto maior a porcentagem de ascendência mexicana, maior o desconto. Por exemplo, se houver 20% de herança genética do país latino, o turista terá 20% de desconto na passagem.

O foco da promoção, criada pela agência Ogilvy, é a parte mais ao sul do território americano, que inclui estados como Texas, Arizona, Novo México, Luisiana e Mississipi.

A Aeroméxico foi a uma pequena cidade no Texas, entrevistou pessoas e realizou testes de DNA com quem não tinha grande simpatia com os vizinhos do sul. Wharton foi a região escolhida —está a cerca de 480 km da fronteira com o México e a 95 quilômetros ao sudoeste de Houston.

Uma das perguntas feitas foi por que essas pessoas não consideravam viajar para o México. “Deixe-me ficar aqui em paz e deixe aqueles caras do outro lado da fronteira”, afirmou um senhor de bigode e chapéu.

Em um dos resultados de DNA, a companhia informa a um entrevistado que ele tem 22% de herança genética do México: “Bullshit” [“Besteira”], responde. Na sequência a empresa diz que ele tem esse valor de desconto: “Sério? E se eu quiser levar a minha mulher?”

A ação de marketing não cita nomes de políticos, mas vem em um momento conturbado. O presidente Donald Trump tenta construir um muro na fronteira entre Estados Unidos e México para barrar a passagem de imigrantes ilegais.

Trump insiste que o território americano tem sido invadido por essas pessoas e defende um obstáculo. Há um impasse com os democratas, que são contra a liberação de dinheiro para as obras —seriam quase US$ 6 bilhões (R$ 24 bilhões). Por essa divergência, o governo está parcialmente paralisado.

Segundo o presidente, há uma crise humanitária e o muro poderia ser financiado pela redução do custo de combate ao tráfico de drogas. Em pronunciamento no dia 8 de janeiro, ele associou a crise de opioides que o país enfrenta à ação de traficantes que estariam em situação ilegal:  “Mais americanos morrerão pelas drogas neste ano nos EUA do que durante toda a Guerra do Vietnã”, disse.



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