‘Se for comemorar o golpe de 64, não compre nossa cerveja’, diz marca do Rio
“Se for para comemorar o golpe de 64, por favor, não compre Rio Carioca”. Esse é o aviso que a cervejaria do Rio destacou em suas redes sociais nesta semana.
A marca resolveu entrar na discussão sobre a ditadura militar após o porta-voz do governo Bolsonaro, o general Otávio do Rêgo Barros, dizer que o presidente determinou “comemorações devidas” neste 31 de março, data em que se completam 55 anos do golpe de 1964.
“Nosso presidente já determinou ao Ministério da Defesa que faça as comemorações devidas com relação ao 31 de março de 1964 incluindo a ordem do dia, patrocinada pelo Ministério da Defesa, que já foi aprovada pelo nosso presidente”, afirmou Barros.
Nesta quinta (28), porém, Bolsonaro mudou o tom e afirmou que a ideia não era comemorar, mas rememorar a data. E nesta sexta (29) uma juíza da 6ª Vara da Justiça Federal em Brasília proibiu comemorações por parte do governo.
Fundada em 2015, a cerveja artesanal Rio Carioca costuma fazer posts bem-humorados e críticos sobre temas políticos e de grande repercussão nas redes. As ações são planejadas e criadas pela agência 11:21.
“Temos um acordo de disponibilidade mútua para aprovações quase imediata das peças, o que é uma grande vantagem quando se fala de marketing de oportunidade”, ressalta Luiz Vieira, sócio-diretor da Rio Carioca.
“Estamos construindo a marca da Rio Carioca trazendo o papo de bar para dentro da comunicação”, afirma Gustavo Bastos, sócio e diretor de criação da agência 11:21. “A marca sabe o valor de uma campanha criativa, ousada, com repercussão.”
Bastos destaca que as campanhas se pautam nas oportunidades sempre e não escolhe lados, brincam com todos.
Em ações anteriores, já foram abordados temas como prisão de Lula, casos de investigação de corrupção de Aécio Neves, reforma da Previdência, prisão de Michel Temer e até o “golder shower” de Bolsonaro. Fora da esfera política, a marca já entrou na onda na repercussão da publicidade da Empiricus com a jovem Bettina e o “surubão de Noronha”.
De acordo com Bastos, o trabalho requer que sempre fiquem antenados nas discussões e ter um critério de não ofender ninguém. “Mas quem faz esse tipo de comunicação tem que estar preparado para não ser unânime. Mas o balanço é sempre positivo”, diz.
+ Mais Inteligência de Mercado
Sugestões, críticas ou dúvidas? Envie para
folha.inteligenciademercado@gmail.com