Elza Soares e Zeca Baleiro gravam canções inéditas de Adoniran Barbosa

Adoniran Barbosa (1910-1982) completaria 110 anos nesta quinta-feira (6). Para homenagear um dos principais ícones da música brasileira, artistas como Elza Soares, Zeca Baleiro, Rubel e Francisco, el Hombre foram alguns convidados para gravar 11 canções inéditas do responsável por clássicos como “Saudosa Maloca” e “Trem das Onze”.

Com curadoria do Coala.Lab (do Coala Festival), o projeto  da cerveja Eisenbahn ainda escalou Di Melo, ÀVUÀ, Zé Ibarra, Barro, Luê, Amanda Pacífico e Illy para dar voz às faixas novas, já disponíveis no Spotify.

Em 2016, o álbum “Se Assoprar, Posso Acender de Novo”, com outras 14 canções inéditas de Adoniran Barbosa, foi lançado com intérpretes como Kiko Zambianchi, Ney Matogrosso, Liniker, Criolo e Simoninha.

Sob o título de “Onze”, essa nova leva em 2020 é fruto de registros provenientes da antiga editora de Adoniran, a Corisco, conta o produtor do Dahouse Estúdio Lucas Mayer. O profissional cuidou da trilha do curta “Dá Licença de Contar” (2015), sobre o sambista, e dos dois álbuns com músicas inéditas.

Mayer conta que o trabalho de gravação começou em 14 de junho e fazer tudo durante a pandemia foi um grande desafio. “Produzir o disco em um mês já é difícil junto, imagine a distância. Dirigir artistas e músicos por Zoom.”

Filho de imigrantes italianos, João Rubinato nasceu em Valinhos, partiu para São Paulo na juventude e adotou o nome artístico de Adoniran Barbosa.

Com sua obra, retratou o cotidiano dos moradores mais pobres da capital paulista e imortalizou a maneira de falar de pessoas de origem italiana em bairros como o Brás em suas músicas —entre elas, “Samba do Arnesto” e “Tiro ao Álvaro”, gravadas por Demônios da Garoa e Elis Regina, respectivamente.

“Adoniran Barbosa captou como ninguém a essência de seu tempo com seus versos, personagens e histórias que tratavam com maestria da realidade de São Paulo em plena expansão”, diz o sócio do Coala.Lab, Gabriel Andrade.

“Foi um músico versátil que nos deixou uma obra que vai muito além da música, mas também registro histórico cultural e social”, afirma Andrade.

 

Garrafa de cerveja Eisenbahn; marca tem um trem como logo (Divulgação)
Garrafa de cerveja Eisenbahn; marca tem um trem como logo (Emmanuel Denaui/Divulgação)

Segundo a Eisenbahn, a marca e Adoniran, além de terem uma figura em comum — o trem—, compartilham sentimentos semelhantes, como autenticidade e originalidade, expostos neste projeto.

“O link entre Eisenbahn e Adoniran vai muito além do trem, presente no nosso logo e em uma das músicas mais famosas do cantor”, explica a gerente de marketing da marca, Karina Pugliesi.

“Este projeto, além de um tributo ao compositor é uma forma de destacar a importância da beleza dos processos. Queremos reforçar este posicionamento pois é assim que produzimos nossas cervejas, pensando em cada detalhe para garantir a qualidade artesanal dos nossos produtos”, afirma a executiva.

‘Onze (Músicas Inéditas de Adoniran Barbosa)’
  1. Bares da Vida – Zeca Baleiro
  2. Careca Velha – Di Melo
  3. Como Era Bom – Illy
  4. Bolso de Fora – Rubel
  5. A Partida – ÀVUÀ
  6. Debaixo da Ponte – Barro
  7. Vaso Quebrado – Elza Soares
  8. Feira Livre – Amanda Pacífico
  9. Bebemorando – Francisco, El Hombre
  10. Dias de Festa – Luê
  11. A Escola – Zé Ibarra