Ronaldinho Gaúcho fará pagode surpresa em SP para campanha da Buser, a ‘Uber do ônibus’
Ronaldinho Gaúcho foi contratado como garoto-propaganda da Buser, startup conhecida como a “Uber do ônibus”, para as ações de fim de ano. Além de vídeo na TV aberta, que estreou no domingo (29) em horário nobre, a campanha conta com peças em estações de metrô em São Paulo.
Em outra parte da ação, o ex-camisa 10 vai a um ponto de embarque da Buser para fazer um pagode surpresa para animar os passageiros neste mês de dezembro. A data e o local não são divulgados para evitar tumultos e aglomeração em tempos de pandemia.
A ideia é que o rei do rolê aleatório chegue de repente ao local tocando pandeiro e cantando “Deixa a Buser me levar, Buser leva eu…”. Esse é trecho da trilha sonora do vídeo da TV, uma releitura de “Deixa a Vida me Levar”, de Zeca Pagodinho, que embalou as viagens do time do penta na Copa do Mundo de 2002, do qual Ronaldinho fez parte.
“Ronaldinho é mundialmente conhecido por trazer alegria ao futebol. Ficou notório também pelos ‘rolês aleatórios’, encontrando personalidades em diversos lugares. É essa alegria do povo brasileiro que a Buser quis trazer neste momento de extrema dificuldade que estamos vivendo com a pandemia”, afirma Marcelo Abritta, fundador e presidente-executivo da Buser.
Segundo ele, o intuito da campanha é levar alegria ao público, tanto para quem viaja quanto para quem não viaja. “Queremos ser vistos como uma marca divertida, ao mesmo tempo que econômica, segura, confiável e totalmente tecnológica. Resumindo, a Buser é inovadora e ousadia.”
As viagens de fim de ano são o foco da campanha da Buser. Trata-se da maior ação publicitária da empresa, com um investimento de R$ 12 milhões, entre produção e divulgação. A empresa não confirma, mas segundo a Folha apurou o cachê de Ronaldinho foi de R$ 1 milhão.
Foram três dias de gravação, em 14, 15 e 16 de novembro na capital paulista. O início marcado para 26 de outubro foi postergado pois o Bruxo, apelido do ex-atleta, recebeu diagnóstico de Covid-19. “Foi tudo bem leve. Passei pela Covid assintomático, graças a Deus”, afirma Ronaldinho por email.
“Trabalhar na pandemia tem sido mais complicado, mas nos abriu os olhos para algo que nunca imaginei viver um dia: ficar longe de amigos, quarentena e distanciamento obrigatório”, conta o eleito duas vezes melhor jogador do mundo. “Foi e está sendo muito louco, mas estou bem e com saúde. Já é uma grande vitória.”
Essa pode ser considerada a grande volta do ex-jogador ao mercado publicitário, após cinco meses preso no Paraguai com seu irmão, Assis. Ambos foram detidos em 6 de março, depois de usarem documentos falsos para entrar e sair do país vizinho. Eles voltaram ao Brasil em agosto.
“A questão do Paraguai já foi superada. É uma nação soberana com Judiciário legítimo e os esclarecimentos pessoais do atleta já foram devidamente prestados àquele país”, diz Abritta ao ser questionado se isso não poderia afetar a imagem da empresa.
Sobre o aumento de casos de Covid-19, o aumento de restrições no Brasil e o perigo dos deslocamentos no período de festas, Abritta diz que “a Buser veio apenas apresentar uma alternativa melhor, mais barata e mais segura para viajar”.
“Hoje, sabe-se que se os protocolos forem seguidos corretamente tanto pela empresa quanto pelos passageiros, as viagens são seguras”, justifica.
De acordo com o executivo, o pacote de medidas adotadas pela Buser inclui: ocupação de menos assentos por ônibus quando as regulações assim determinam, medição de temperatura no embarque, marcação nas filas para garantir distanciamento, cabines de higienização em pontos específicos, distribuição de álcool 70% para os usuários e maior atenção aos motoristas das empresas parceiras, entre outras.
Fundada em 2017 por Marcelo Abritta e Marcelo Vasconcellos, a Buser é uma plataforma online de fretamento colaborativo que basicamente conecta empresas de fretamento de ônibus e pessoas que querem viajar para um mesmo destino por meio de um aplicativo.
Atualmente, está disponível em mais de 100 cidades brasileiras, com preços mais baratos do que nas rodoviárias geralmente. Assim como a Uber, principalmente no começo, a startup enfrenta protestos de empresas tradicionais.
“Cabe esclarecer que faz-se extremamente necessária a regulação do setor, para que sejam garantidos os milhares de empregos gerados no sistema de fretados por aplicativos e para que os usuários continuem se beneficiando de viagens mais baratas e com níveis elevados de qualidade no serviço”, defende Abritta.
Para ele, “a manutenção do antigo modelo que reservava o mercado de viagens intermunicipais e interestaduais apenas para as viações que já operam há décadas só interessa para elas as mesmas, que dominavam esse mercado dificultando inovação”.
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