Lázaro Ramos e Gloria Groove focam racismo e machismo em releitura de contos infantis

Lázaro Ramos e Gloria Groove dão voz a releituras de histórias infantis clássicas parte de uma campanha de Oreo, com foco em representatividade e inclusão. “Cachinhos Dourados”, com a voz do ator e diretor, e “Os Três Porquinhos”, interpretada pela cantora, fazem parte da segunda edição da ação Faz de Contos.

O primeiro vídeo estreou nesta sexta (19), véspera do Dia da Consciência Negra, com exclusividade no Globoplay, liberado também para não assinantes. Nele, Lázaro narra a história de Duda, uma menina negra que sofre com alisamentos de seu cabelo cacheado, mas depois percebe a beleza de suas madeixas naturais.  Segundo a marca de biscoitos da Mondelez, o objetivo é levantar temas como igualdade, diversidade e respeito de forma brincante.

Há muitos anos eu estou presente na produção de conteúdos com melhor representação, pois acredito em um mundo melhor para mim e meus filhos”, afirma o ator, casado com Taís Araújo com quem tem duas crianças. “Oreo Faz de Contos é um destes projetos significativos justamente por passar mensagens tão importantes de união, inclusão e principalmente amor para as crianças de forma leve e divertida.”

Na mesma plataforma, “Os Três Porquinhos” e “Chapeuzinho Vermelho” ficam disponíveis em 10 e 17 de dezembro, respectivamente. Próximo ao Natal, os três contos também estarão disponíveis em todas as plataformas digitais da marca Oreo, como Instagram, Facebook e no canal do YouTube.

A produção foi de Media.Monks e Eleven Dragons e contou com roteiristas e ilustradores com lugar de fala dentro das causas abordadas em cada história. Em “Cachinhos Dourados”, o ilustrador alagoano Jean Lins, responsável por diversos quadrinhos com temática racial para o público infantil, se uniu à roteirista Amanda “Mandy” Barros, ilustradora, professora de desenho e quadrinista paraense.

Na releitura de “Os Três Porquinhos”, com tema central de masculinidade tóxica, a designer e ilustradora Rafaela Harger faz parceria com a roteirista Luiza Lemos, uma profissional trans e que representa em suas obras a comunidade LGBTQIA+.

Contar histórias é algo que faz parte da minha raiz como cantor, dublador, compositor… Me senti extremamente em casa”, conta Gloria Groove, cujo nome de batismo é Daniel. “A profundidade que Luiza Lemos trouxe para a história dos Três Porquinhos foi pontual e acolhedora. Que possamos ressignificar cada vez mais histórias e moldes do passado através da arte”, afirma a drag queen.

Já a ilustradora Ju Loyola, uma das primeiras quadrinistas surdas do país e internacionalmente celebrada pela produção de quadrinhos silenciosos (sem balões de fala), se juntou a Eduardo Andrigo, autor e roteirista deficiente visual, para elaborar o conto de “Chapeuzinho Vermelho”, que ainda não tem definida a pessoa que vai narrá-lo.

A ação foi lançada no Mês da Consciência Negra, mas a marca ressalta a preocupação com o tema frequentemente. “No caso de Oreo, basta observar que não falamos do assunto apenas em novembro”, afirma Álvaro Garcia, diretor de marketing da Mondelez Brasil. “A primeira fase da ação, no ano passado, por exemplo, aconteceu em agosto e já tinha um conto sobre o assunto, da Rapunzel, uma menina preta, com belos cabelos enrolados e longos.”

Segundo o executivo, a marca tem um compromisso com a representatividade internamente também. No Brasil, conta ele, aproximadamente um terço dos colaboradores são pretos e pardos, com 24% em cargos administrativos. “A meta é alcançar 37% em cargos de liderança até 2024. É uma meta arrojada e necessária, pois queremos fazer a diferença e ser um espelho da sociedade.” 

Para aumentar o alcance do projeto, além de disponibilizar no Globoplay de forma gratuita, a agência Leo Burnett Tailor Made convocou um time de influenciadores para ajudar na divulgação, entre eles Thales Bretas, Babu Santana, Naiumi Goldini, Patricia Dejesus, Drika Marinho, Spartakus, Jessica Córes e Nathalia Santos.

“Nosso objetivo é levar uma leitura mais inclusiva e humanizada para o maior número de pessoas, pois são contos históricos que adaptados podem fazer parte da vida de milhares de pessoas e fazer a diferença, criando mais representatividade e idenitifcação”, diz Álvaro Garcia.

Em 2020, a primeira fase da campanha também teve Lázaro Ramos, que reescreveu outros clássicos com essa visão mais inclusiva.Para trazer verdade ao projeto, a fabricante Mondelez reuniu pessoas que conhecem a realidade retratada nas obras em audiobook.

O próprio Lázaro deu voz ao conto de Rapunzel. Já o chef Henrique Fogaça, que tem uma filha com deficiência, narrou a história de “João e o Pé de Feijão”, enquanto o estilista Alexandre Herchcovitch cuidou de ”O Patinho Feio”.

“O impacto foi enorme. As histórias são emocionantes, de um alto nível, e conseguiram transmitir a mensagem que a marca desejava, impactando milhões de pessoas”, afirma o diretor de marketing da Mondelez. “E uma surpresa adicional foi recebermos milhares de pedidos de professores para usarem os livros nas salas de aulas. Nós os imprimimos e doamos para as escolas.”

Faz de Contos 2020

Rapunzel

João e o Pé de Feijão

O Patinho Feio